domingo, 22 de maio de 2011

Imigração


As profundas desigualdades no desenvolvimento entre os países, assim como no interior destes, provocam contínuos fluxos de seres humanos das zonas mais pobres para aquelas onde as condições de vida são melhores. Estas disparidades de desenvolvimento, ao contrário do que seria de esperar, não têm diminuído a nível mundial, mas aumentado. O que se reflete no crescente número de imigrantes clandestinos nos países mais ricos. Este drama é particularmente sentido, na União Européia. Todos os anos milhares de pessoas morrem tentando entrar num dos seus estados membros. Alguns, como Portugal, Espanha ou a Itália, foram até há poucos anos países de emigrantes, onde era hábito a comunicação social criticar as duras condições em que viviam e trabalhavam os seus concidadãos nos países de acolhimento.

Atualmente somos confrontados, nestes e outros Estados, com relatos de situações aviltantes da dignidade destas pessoas, perante a complacência das autoridades públicas e a indiferença de grande parte da comunicação social. O principal argumento apresentado a favor dos imigrantes é frequentemente apenas um: o da sua necessidade imperiosa, face à escassez de mão-de-obra. Só a Europa comunitária necessita de cerca 44 milhões de imigrantes até 2050 para resolver este déficit. Eles são vitais quer para o crescimento econômico, quer para manter o sistema de segurança social. O problema humano destes seres continua, contudo, a ser secundarizado. A principal reivindicação dos imigrantes é muitas vezes, serem simplesmente reconhecidos como pessoas "Nenhum ser humano é ilegal", gritava numa manifestação em Barcelona, um imigrante clandestino.
Imigrantes legais e clandestinos na União Européia
Na União Européia, as leis sobre imigração e asilo político variam muito de país para país, embora a tendência seja para a sua uniformização. A maioria está a estabelecer um sistema de "quotas", assim como a estabelecer um processo de seleção dos imigrantes, nomeadamente através de prestação de "provas" pelos candidatos (conhecimento da língua, da cultura, etc.). A tendência é a crescente criar um sistema seletivo que privilegie a imigração de mão-de-obra qualificada, à semelhança do que faz os EUA ou a Austrália. 
Calcula-se que em 2004 tenham entrado na UE, cerca de 1,4 milhões de imigrantes legais. O número de imigrantes clandestinos é todavia muito elevado e não pára de aumentar, por mais medidas repressivas que sejam tomadas pelos diferentes estados. 
Estima-se que mais de 3 milhões de imigrantes vivam clandestinamente na UE. Entre 800 mil e 1,2 milhões em Espanha, cerca 750 mil na Alemanha, meio milhão em França, 250 mil em Itália e na Holanda, mais de 100 em Portugal. Na Grã-Bretanha o seu número ascende a largas centenas de milhares. A maior parte destes imigrantes é procedente do norte de África, Turquia, Índia, Paquistão, África subsaariana e dos Bálcãs. 
Desde 2001 que na UE os diversos estados tem vindo a reforçar os sistemas de controle à imigração ilegal. 
Observatório Europeu do Racismo e da Xenofobia, têm vindo a denunciar o aumento dos casos de violência racial e de discriminação em todos os países da UE. De acordo com este Observatório, as principais razões para o aumento da xenofobia, devem-se principalmente ao medo do desemprego, insegurança em relação ao futuro, e ao mal estar generalizado sobre as condições sociais e as políticas dos governos.

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